Falar de sustentabilidade é falar de cidadania ativa e responsável. Hoje sabemos e reconhecemos que os fenómenos climáticos têm um impacto direto a nível social e económico. Esse impacto faz-se sentir junto dos mais vulneráveis, junto daqueles que menos contribuíram para os impactos das alterações climáticas.
A face humana das alterações climáticas é real e condiciona anualmente a vida de mais de 21 milhões de refugiados climáticos, que não tendo estatuto legal que confirme e proteja o seu estatuto, estão também mais expostos e vulneráveis.
É neste contexto que a campanha #ClimateOfChange, em parceria com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, vai promover um conjunto de atividades culturais com foco na arte urbana com a pretensão de envolver os jovens na promoção da Cidadania Global.
Dia 14 de março às 13h, no átrio da Torre B, haverá uma conversa sobre arte pública e cultura urbana com Luís Cruz, da Associação Zona Solta. Logo de seguida, às 13h30min no espaço exterior da faculdade, realizar-se-á uma demonstração de skate com Ruben Lopes e Zapa, também da Associação Zona Solta. No dia 21 de março, às 12h, o artista Tiago Hesp orientará um workshop de graffiti no edifício C (sujeito a inscrição com um limite de 10 participantes).
Ainda no dia 21 de março, Joana Pitanga inaugura uma pintura na fachada da Torre A da NOVA FCSH. Este projeto, com alusão a um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ao ODS 13, sobre a Ação Climática, é uma parceria com a campanha #ClimateOfChange.
Joana Pitanga é uma artista plástica portuguesa que trabalha maioritariamente com a arte mural buscando abordar sempre questões sociais e ambientais, convidando o público à reflexão. Este mural não foge à premissa da artista, que pretende não só dar cor ao espaço da faculdade, como fazer com que os alunos levem para casa a consciência sobre a justiça climática.
A pintura é inspirada numa fotografia de uma mãe acompanhada pelas duas filhas, nas inundações no Camboja em 2016. É espelho de várias situações que acontecem por todo o mundo e que não são de conhecimento geral. A comunidade mundial tem dado menos foco à face humana – à pobreza, à desigualdade e à informação sobre danos e perdas – no que diz respeito à migração, quando se fala de justiça climática.
Joana Pitanga, em parceria com o projeto #ClimateOfChange e com a NOVA FCSH, pretende que, dentro da comunidade jovem, o mural seja causa de reflexão sobre as alterações climáticas, principalmente sobre a migração climática, e que consequentemente haja mudança de hábitos e comportamentos.
O projeto #ClimateOfChange, financiado pela Comissão Europeia no âmbito do DEAR Programme (Development Education and Awareness Raising), desenvolvido em Portugal pelo Instituto Marquês de Valle Flôr, tem como objetivo consciencializar os jovens cidadãos da União Europeia e torná-los ativos no que diz respeito às alterações climáticas, nomeadamente sobre as migrações consequentes destas alterações. O projeto visa construir um melhor futuro para migrantes climáticos e dar-lhes voz. Segundo o #ClimateOfChange, há que dar atenção à vertente humana das questões climáticas. É um projeto que apela aos jovens para serem a mudança, adotando estilos de vida mais sustentáveis, de maneira a assegurar a justiça social e climática.
Artigo por Maria Peleira Gouveia