A arte existe para que a realidade não nos destrua

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A arte existe para que a realidade não nos destrua

Mural #ClimateOfChange em destaque no Dia da Sustentabilidade promovido na FCSH, UNL

Friedrich Nietzsche, filosofo alemão, escreveu: “A arte existe para que a realidade não nos destrua”. Historicamente, a arte sempre foi ferramenta de interpretação do mundo e convite à reflexão e o mural de Pitanga não foge a este princípio.

No dia 21 de março, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa promoveu o Dia da Sustentabilidade, baseado nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS), que teve como objetivo envolver a comunidade académica em atividades práticas relacionadas com a consciencialização para as causas climáticas.

Estas atividades, que se realizaram no espaço exterior da faculdade, consistiam, por exemplo, em workshops de compostagem e colaborações com a NOVA Desporto.

A dar cor a estas atividades no âmbito do projeto #ClimateOfChange, em parceria com o projeto JUNTOS, promovemos um workshop de graffiti com o artista Tiago Hesp. Tiago Hesp é artista plástico e ilustrador e afirma que o seu desafio é “adaptar a linguagem da rua para a tela e vice-versa, tentando deixar na rua alguma coisa que acrescente algo novo à vida de quem passa”. O workshop contou com a presença de 10 participantes que aprenderam algumas noções básicas do graffiti. Segundo o artista, “há coisas simples que têm de ser mantidas”, não deixando de dar abertura a quem participou para que explorasse a sua criatividade e autonomia. Foram usados sprays à base de água, o que é também um incentivo à sustentabilidade.

E porque a arte é um dos principais motores de transformação, foi também possível inaugurar o mural feito por Joana Pitanga na fachada da Torre A da FCSH.

O mural, alusivo ao ODS 13 (Ação Climática) e inspirado numa fotografia de uma família desalojada depois das inundações no Camboja em 2016, reveladora da face humana das alterações climáticas, que todos os anos atinge de forma desproporcional os países que menos contribuíram para as alterações climáticas e que mais sofrem com os seus efeitos.

Chan Srey Nuch, de 31 anos, com as suas filhas na enchente que inunda o seu bairro. Siem Reap, Camboja, agosto de 2016. WaterAid/Tom Greenwood

A inauguração contou com a palavra da artista Joana Pitanga; das colaboradoras do IMVF Ana Isabel Castanheira e Mónica Santos Silva; do Professor Luís Baptista, diretor da NOVA FCSH; e da Professora Maria Cardeira da Silva, subdiretora para a Internacionalização, Cultura e Parcerias Regionais da NOVA FCSH.

A professora Maria Cardeira da Silva e o professor Luís Baptista dirigiram-se à artista e ao Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF), agradecendo por todo o trabalho e parceria. O diretor da NOVA FCSH mostrou-se grato dizendo: “Agradeço a possibilidade de melhorarmos a nossa faculdade com uma imagem representativa”.

Ana Isabel Castanheira tomou também a palavra para concluir que “quando as vontades são convergentes, não só em termos de visão, mas de vontade de fazer acontecer, as coisas acontecem”. Segundo Ana Isabel, o mural inicialmente seria uma pintura num pequeno muro, que se transformou numa obra de 22 metros de altura. Agradeceu com “grande emoção e com um grande orgulho” a parceria entre o IMVF, a Universidade e a artista Joana Pitanga e a oportunidade que foi dada ao projeto #ClimateofChange para chamar a atenção dentro da NOVA FCSH para aquilo que o mural representa.

Tendo por base a história do mural, isto é, a fotografia que foi inspiração para criar o que se vê pintado na fachada da Torre A, Pitanga afirma que até receber o convite por parte do IMVF nunca tinha pensado na face humana das alterações climáticas e pretende, portanto, que o objetivo desta obra, que é a reflexão do público para esta temática, seja alcançado. Pitanga realça: “É mesmo importante fazermos a nossa parte”. Deixa assim uma mensagem à comunidade académica, uma mensagem para que os jovens sejam mudança, com a esperança de que o mural seja catalisador de reflexão.

“Espero que gostem. Isto a partir de agora deixa de ser meu, passa a ser vosso.” – Joana Pitanga

É neste contexto que o projeto #ClimateOfChange atua – na consciencialização e mobilização dos jovens cidadãos da União Europeia no que toca às migrações climáticas consequentes das alterações climáticas.

A parceria entre o projeto #ClimateOfChange, a NOVA FCSH e Joana Pitanga tem como objetivo, através do mural inaugurado, mudar hábitos, comportamentos e começar a falar sobre migração quando se fala de justiça climática.

 

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