Leonor Medon, estudante de Sociologia da Universidade do Porto e uma das vencedoras do Torneio de Debates Pan-Europeu em Bruxelas sobre Alterações Climáticas, Migração, Juventude e Economia, participou numa visita de campo ao Quénia para observar e documentar a realidade do país. Um território que tem enfrentado nos últimos anos conflitos e deslocações forçadas devido à falta de água e à insegurança alimentar. A tour realizou-se de 5 a 13 de abril e foi promovida pelas organizações WeWorld e Terra Madre, no âmbito da campanha #ClimateOfChange, com os jovens finalistas do Torneio de Debates Pan-Europeu e jovens ativistas como a portuguesa Joana Guerra Tadeu.
Como embaixadora do Clima, juntamente com os colegas finalistas do Torneio de Debates Pan-Europeu realizado em novembro de 2021 em Bruxelas, Leonor Medon foi com a missão de ampliar a voz dos quenianos e as preocupações de quem está a sofrer com os impactos das alterações climáticas. A ideia foi sensibilizar em particular os jovens para serem agentes de mudança perante uma ameaça global cada vez mais local e garantir a justiça climática para todos. “A ação dos jovens surge como um motor para a promoção tanto dos problemas como das solução e linhas orientadoras para uma transição ecológica e climática”, afirma Leonor.
Durante a visita foi possível visitar inúmeras iniciativas de adaptação e mitigação face às alterações climáticas, tais como projetos familiares de economia circular em Baringo, e trocar ideias com jovens ativistas quenianos. Destaque também para o património natural como a floresta Mau, em Narok, com momentos de aprendizagem sobre práticas de proteção e conservação do seu ecossistema.
A atividade pastorícia – até hoje a maior fonte de subsistência de milhões de pessoas residentes nas terras áridas e semi-áridas que ocupam já 85% do território do Quénia -, está ameaçada devido à variabilidade climática e a secas prolongadas. As alterações climáticas vieram, por um lado, agravar a pressão sobre a biodiversidade e a segurança alimentar da população no país. Por outro, estão a agudizar os conflitos entre as comunidades locais motivados pela falta de recursos, na disputa por água e alimentos, o que leva a um agravamento ainda maior no que respeita aos meios de subsistência disponíveis. Uma realidade com repercussões na estabilidade dos mercados e da educação das crianças e que está a conduzir a deslocações forçadas. O Quénia tem vindo a desenvolver inúmeros instrumentos, como o Plano de Ação Nacional de para as Alterações Climáticas, mas dependente em muito do apoio da comunidade internacional.
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